Estudo
da Serasa Experian mostra que 27% da população de baixa renda, com ganhos de
até R$ 2 mil, tem mais de 50% de seus rendimentos comprometidos com produtos
financeiros, como cartão de crédito, empréstimo consignado, empréstimo pessoal,
financiamento de automóvel, financiamento imobiliário e cheque especial.
Entre
os brasileiros de alta renda, que recebem acima de R$ 10 mil, o percentual é de
13%.
Os
dados foram divulgados hoje (9), no Recover Money 2017, evento que reúne, na
capital paulista, economistas, especialistas, empresas do segmento financeiro e
fornecedoras de serviços de recuperação. Os números levam em conta cerca de
cinco milhões de consumidores que aderiram ao cadastro positivo da Serasa
Experian.
“Se
você pagar mais da metade do seu salário, da sua renda, apenas com produtos
bancários, como você vai pagar as outras coisas? É uma situação difícil, e 27%
dessas pessoas têm grande chance de não conseguir pagar isso, e entrar na lista
dos inadimplentes. O ponto é tentar rapidamente regularizar, procurar uma taxa
de juros mais baixa para evitar problemas futuros”, destacou Julio Guedes,
diretor da Serasa Experian.
Segundo
o levantamento, a maioria (69%) dos brasileiros negativados tem renda de até R$
2 mil. Eles estão, principalmente, em débito com o banco ou cartão de crédito
(39%), seguido por financeiras (13%), empresas de serviços (12%), varejo (9%),
água, energia e gás (9%), e outros (18%).
“A
gente acaba tendo muitas situações em que o brasileiro tem acesso ao crédito e
depois não consegue pagar, porque os juros ficam muito altos, o que torna mais
difícil pagar. Houve uma redução do rendimento do brasileiro e os juros não
caíram na mesma proporção”, acrescentou Guedes.
Segundo
os dados, cerca de 40% dos brasileiros de baixa renda têm acesso ao cartão de
crédito. A proporção é de 51% para os de alta renda. No cheque especial, a
porcentagem de acesso é de 12% para os de baixa renda e de 18% para os de alta.
O cartão de crédito e o cheque especial são os dois principais produtos
bancários utilizados tanto pelos clientes de baixa renda como pelos de alta.
(Agencia
Brasil)
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