segunda-feira, 11 de setembro de 2017

LULA E DILMA SÃO USADOS PARA DESVIAR ATENÇÃO DA VULNERABILIDADE DOS AGENTES DA LAVA JATO

Da Coluna Valdemar Menezes, no O POVO deste domingo (10):
No momento em que o Palácio do Planalto, a Procuradoria Geral da República (PGR), os procuradores da Lava Jato, a República de Curitiba, e até o Supremo Tribunal Federal estão com as entranhas expostas, passando pelo momento de maior vulnerabilidade de suas imagens, acossados pela onda de delações, o sistema aciona a velha tática de desviar as atenções da sociedade dos escândalos que corroem as altas esferas, fazendo-as voltarem-se para alvos mais fáceis de atacar: os eternos “fregueses” Lula, Dilma e o PT em geral. Foi assim, segundo muitos, que se insinuou na cena política brasileira excepcionalidades gritantes e seletividades crescentes na forma de atuação do aparato jurídico-institucional brasileiro.

A retaliação do establishment a Lula já era esperada. Não foi improvisada, apenas aguardava o momento político adequado: o fim da apoteótica visita de Lula ao Nordeste, onde lhe foi reiterada a unção popular para voltar ao Planalto. A outra utilidade foi tirar o foco dos escândalos que envolvem as forças golpistas e os que lhes dão cobertura.
As instâncias públicas acusatórias (PGR, Lava Jato) mais uma vez parecem sintonizar seu calendário com o da pauta política, como se vem fazendo, aliás, desde o mensalão (o petista, pois o tucano dorme em berço esplêndido).
Rodrigo Janot – ao denunciar Lula, Dilma e outros membros do PT – fez uma jogada que mais o diminuiu do que o ajudou a sair das dificuldades em que se meteu junto com a Lava Jato. Nessa avaliação, ambos (PGR e Lava Jato) saem extremamente desgastados. Só o Supremo poderia colocar o Brasil nos trilhos da legalidade. Mas, pelo que transpareceu nestes dias, a própria Corte teria de se cuidar frente a ousadia de alguns.
Repete-se, igualmente, a tática “bandeirosa” de buscar um delator desesperado que, para escapar da agonia de um cárcere massacrante, se presta a qualquer coisa. As afirmações de Antônio Palocci foram por ouvir dizer – segundo o próprio – ou, sem testemunha até o momento para atestar o que teria presenciado. Não é pelo fato de ter sido uma pessoa da cúpula que deve ser dispensado de apresentar provas (lembram-se de Delcídio do Amaral?). Ademais, confessa buscar obter “benefícios” para si, ao apresentar uma versão totalmente oposta à anterior (isto é, antes das condenações e de passar um tempo na prisão). Sua versão é negada por Emílio Odebrecht que, ao contrário de Palocci, tinha a obrigação de dizer a verdade.
(Via Eliomar)

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