Preso em
outubro do ano passado, “Louro” teria feito a confissão na PF, apontando delegados
da Polícia Civil cearense e oficiais da Polícia Militar como beneficiários do
dinheiro do tráfico.
Uma
denúncia bombástica foi revelada à Polícia Federal no Ceará por um homem
preso pelo envolvimento com o tráfico de drogas e armas no eixo Rio Grande
do Norte-Ceará e conexões no Paraguai. Em declarações na sede da PF, após a
deflagração da “Operação Cardume”, em setembro do ano passado, o bandido, que é
um dos dirigentes da facção criminosa paulista Primeiro Comando da Capital, o
PCC, revelou uma rede de pagamento de propina milionária a delegados e coronéis
- agentes da Segurança Pública do Estado. Os nomes apontados pelo
suspeito permanecem em sigilo.
O
homem que decidiu delatar os agentes aliciados pelo crime e recebedores do
dinheiro “sujo” do tráfico chama-se Lindoberto Silva de Castro, conhecido pelo
apelido de “Louro”, natural de Cascavel (a 53Km de Fortaleza) que atuava como
empresário de “fachada” do ramo de exportação de camarão no Litoral Leste
do Ceará. Na verdade, segundo a PF, trata-se do líder de uma
quadrilha local subordinada ao PCC. Além do tráfico de drogas, o grupo teria
envolvimento com o contrabando de fuzis e assaltos a bancos.
MILHÕES
Preso
em outubro do ano passado, “Louro” teria feito a confissão na PF, apontando
delegados da Polícia Civil cearense e oficiais da Polícia Militar como
beneficiários do dinheiro do tráfico. Ou seja, tais agentes constavam na
extensa lista da propina do PCC no Estado. Há a acusação por escrito que um
delegado da Polícia Civil teria recebido um repasse de R$ 4 milhões. Outro
teria usado uma construtora como “fachada” para lavar a propina. Os suspeitos
não foram ainda ouvidos pela PF. Mas, a sigilosa investigação avança.
Antes
de sua captura pela Polícia Federal, no ano passado, “Louro” havia sido preso
outras duas vezes em 2012. A primeira, quando foi interceptado em seu Corolla
na rodovia estadual CE-040, no Eusébio, sendo abordado por inspetores da
Delegacia de Narcóticos (Denarc).
Naquela
ocasião, “Louro” acabou preso em flagrante com 29 quilos de maconha, na
companhia de um pastor evangélico e de outros dois homens, todos identificados
como Gleidiano Mafarre da Silva Lima, 26 anos, natural de Angicos (RN), e que
seria o pastor; Marciano do Nascimento Alves, 29 anos, natural de Cascavel, e
que se identificou como jardineiro; e Antônio Marcos Gomes Monteiro, 34,
natural de Natal (RN).
Ainda
em 2012, depois de ser libertado, “Louro” voltou a delinqüir e acabou preso
após envolvimento no assalto a um banco na cidade de Palhano, no Vale do
Jaguaribe (a 163Km de Fortaleza). Passou pouco tempo preso e logo voltou a agir
no tráfico.
Conforme
o delegado Janderlyer de Lima,chefe da Delegacia de Combate ao Crime
Organizado no Ceará (Decor), todo o armamento que a quadrilha do bandido
“Louro” usava foi trazido do Paraguai.
A
delação de “Louro” tende a agravar a crise na Segurança Pública do Governo
Camilo Santana. A relação dos suspeitos de envolvimento com a propina do PCC é
mantida em segredo.
No
último mês de maio, o juiz Danilo Fontenelle, titular da 11ª Vara Criminal da
Justiça Federal no Ceará, acatou um requerimento do Ministério Público Federal
(MPF) e determinou que "Louro" fosse recolhido a uma ala especial de
segurança máxima da Penitenciária da Pacatuba destinada a presos que correm
risco de morte.
Via Ceará News
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