Planta do Açude | Arquivo do Sr. Rômulo Cunha |
Açude Poço Salgado, ou
simplesmente, Poço Salgado, esse é o verdadeiro nome do único reservatório
hídrico da sede do município de Senador Sá, construído nas primeiras décadas do
século XX para abastecer o arraial das pitombeiras. Em sua descrição original,
o açude possui 560 metros de extensão e o ponto mais alto de sua parede tem
6,15 metros de altura, e sua capacidade hídrica é de 400.000m³, tendo seu
sangradouro escavado na pedra, qual foi o órgão responsável pela execução, não
consta nos documentos obtidos, porém por estudos anteriores, acreditamos que
foi a IOCS, inspetoria de obras contra as secas.
Açude Poço Salgado, chegou a seca totalmente duas vezes de 2011 para 2017- Na imagem açude no inicio de 2017- Arquivo |
Documentos obtido pelo
Correio Senadorsaense CS1, divergem entre si, um afirma que o açude foi
construído no ano de 1915, iniciado e terminado nesse ano. Outro documento diz
que a sua construção iniciou-se em 1920 e a conclusão se deu em 1921, qual é a
original não sabemos, no entanto, é do conhecimento de todos que uma das
maiores secas que o cearense já enfrentou, foi a de 1915, e que neste período,
como maneira de evitar os saques às fazendas, os roubos descontrolados e as
invasões dos esfomeados aos recintos dos que ainda tinham algo para comer, o
governo lançou, o que comumente lançava quanto vinha as “Emergências” (secas), o
plano emergencial, este plano contemplava a construção de estradas, barragens e
açudes, usando a mão de obra faminta e pagando com feijão e arroz e (as vezes)
carne seca, por estes motivos que encontramos em diversas monografias e
artigos, optamos pela versão de 1915, temos outros motivos que reforçam como
sendo 1915, porém, para não sermos prolixos deixaremos para outra ocasião.
Açude janeiro de 2017 |
É preciso lembrar por
oportuno, que até a data de sua construção (1915), os recursos hídricos
disponíveis no arraial era a lagoa do enjeitado, o olho d’agua dos picos e o
cacimbão do Marfim, conhecido por muitos como o “Marifim”, esses aguentavam
inverno e verões com agua de boa qualidade, ou, a menos ‘salgada’, ou a mais
doce, a grosso modo, dentre as que tinha.
Olho d'gua dos picos - Imagem do arquivo |
Ao longo do tempo o
açude salgado sofreu vários melhoramentos que ampliaram sua capacidade hídrica,
sendo hoje, segundo o senhor Romulo Cunha, herdeiro de boa parte das terras na
jusante e nas margens do açude, sua capacidade superior a 1 milhão de metros
cúbicos(m³), de acordo com o mesmo, na década de 70 quando o senadorsaense Francisco
Ésio de Sousa ocupou o cargo de superintendente da SUDENE o açude foi
revitalizado, tendo suas paredes reformadas e ampliadas, foi também neste
período que o município foi agraciado com açude, que leva o nome do dito
senadorsaense (Ésio de Sousa), construído no distrito de Salão.
Casa da Fazenda Marfim (Imagem da Internet) |
Ainda segundo o senhor
Rômulo Cunha, descendente de uma das famílias mais tradicionais do município
(Os Cunhas), no final dos anos 90 o mesmo, para coibir os avanços da água em
sua casa localizada as margens do açude (foto), teria escavado boa parte do
mesmo próximo a sua propriedade, o que consequentemente aumentou a capacidade
do açude, “hoje o açude tem em torno 1,2 milhões de metros cúbicos”, concluiu.
Açude Poço Salgado | imagem feitas próximo ao sangradouro Março de 2017 |
Foi do Açude Poço
Salgado as primeiras águas que chegaram nas residências dos senadorsaense
através do sistema de distribuição (cagece), foi dele também que muita gente
sobreviveu em tempos, que ninguém quer que volte mais, era dele, os “caícos”
(peixes pequenos) que mataram a fome de muitos senadorsaenses.
O Açude Poço Salgado
havia sangrado pela última vez em 2011, ano em que as chuvas foram
razoavelmente boas (suficiente), nesse ano também sangrou o tucunduba. No ano de
2017, o poço salgado chegou ao seu volume máximo no dia 22 de março, por volta
das 15h00min.
DEUS SEJA LOUVADO!
Foto do Blog Senador Sá Informes |
Em tempo: O Açude de
Senador Sá até a presente data não tem um órgão responsável pelo seu gerenciamento.
Com informações do senhor
Rômulo Cunha e relatório dos açudes do Ceará/COGERH.
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